quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Há uma fresta em minha alma por onde a substância do que sou está sempre se escapando mas não vejo onde nem por quê."

"Você não é mais velho do que eu: você é uma coisa sem idade. A eternidade de seu espírito impregnou no seu corpo, de modo que parece que o corpo está se tornando irmotal e em consequência o espírito envelheceu. Daí o desequilíbrio. Talvez uma cadeira de rodas resolvesse o seu problema."

"Ou do que não estou dizendo, pois é preciso ouvir apenas o que não se diz. Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Eu ia chegar nela. A música tamvém é silêncio. Bach sabia disso, Mozart também. Beethoven só soube quando ficou surdo. O ar não é silencioso? O vento não faz barulho? E o que é o vento senão ar? A música é o silêncio em movimento."

"Daí sua conduta, aberta numa dualidade irremediável: de um lado o que ele queria ser e de outro o que ele realmente era. Agora, por exemplo, estava apenas no que ele realmente era, a ponto de nem saber direito o que queria ser. (...)
- Desgraçado daquele que vê: há de pagar pelo crime de ter visto pouco. (...) Eu quis dizer apenas que quem vê as coisas como elas são, há de pagar por não ter visto como elas deviam ser."

Fernando Sabino

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