domingo, 25 de julho de 2010

Não vou pedir
Se quiser ficar, que fique
Encontrou a porta aberta, para sair e entrar
Mas não se faça em casa.
Ah, doce é a humilhação do inconformismo
Que crápula és tu!
Que custava me deixar de lado?!
O quão maquialévico
(No seu sentido literal
E não à imagem maléfica que fizeram do pobre Nicolau)
É alimentar meu resquício de vida e esperança
e me sustentar cadáver?
Se um dia resolver retornar
Estarei além do bojador, além da dor, a te esperar
(Jude, me desculpe se isso fere seu orgulho
matenho-me tanto quanto minhas promessas
Fernando, estarei junto a ti)
Mas se resolveres ficar
Quando se sentir completo
Talvez se encontre
E sozinho, porém inteiro,
lembre-se que te amo
De forma incerta, porém real

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sei que nunca foi do teu interesse
mal algum me fazer
E saber que me amas de volta
(ainda que sentisse a tua dor)
Sempre foi minha alegria secreta
E ás vezes até meu sustento

Mas, meu amor, quanto medo senti!
Quando me deparei com outro alguém
que os defeitos mesmo me agradam
Assim como amo tuas imperfeiçoes
Meramente por fazerem parte de ti

O quão pavoroso é gostar de outro alguém
Como buscar areia no fundo do mar com pés cansados
Eu, logo eu!, animal terrestre
Envolta de tanta água
E tu hoje és cadáver
que o mar insiste em trazer a minha praia
Enquanto me convenço que ainda és tela irreal
em que erro em cor minha arte
Como quando costumávamos ler Pessoa

(Ah, Fernando, velhos tempos!
Em que falávamos sobre a vida
Se algum dia me curar dessas feridas
e quiser retornar a praia
espero que seja em mar português
além do bojador, além da dor)

Hoje estou acabada
Assistindo a ruína de tudo o que fui
E do que eu queria ser quando fui
Ao menos é amor o que sinto
Aliás, longe disso
(ou talvez nem tanto assim, não o sei
O tempo passou tão rápido
Talvez só minha memória tenha notado)
E logo o que era minha essência
De mim já não faz parte

Já não amo, perduro
Matenho meu escudo deteriorado
Por senão o tempo
junto ao peito
Em sinal que não desertei meu posto

Estou exposta
Vulnerável a tudo que condeno
E os outros homens que pela vida passaram
sem nunca serem notados
Hoje me amedrontam
Donos de toda a minha atenção

Meu amor, que saudade de te amar!