segunda-feira, 2 de maio de 2011

Levem para longe qualquer ferida sábia
Não me falem em metafísica
ou questões existenciais inúteis
Quero que a ignorância me proteja
Lavar meus questionamentos na estupidez
Foda-se a verdade de Kant
E que morram virgens todos os Newtons

Beatriz

Entre tantos copos quentes
com cafeína de menos
As noites que não vivemos
O quanto de nós escapou
Tanto de nós encontramos no caminho
Que resta do que fomos?
E de toda idealização que fizemos?

Rodopiamos em vendavais,
sustentamos-nos
Fizemos dos excessos
uma constante de extremos
Buscamos o comum,
fomos pelo caminho errado

Borramos nossos contornos
Os traçamos de volta, incertos
Tantas de você eu amei e se foram
Quantas virão

Nossas saudades antecipadas
dos joelhos que ainda não debilitaram
Ridículas em essência
Clamam pela angústia
da qual estupidamente sentimos falta