quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ode à Augusto dos Anjos (e a o Lui!)

Era mártir,
cega pelo individualismo ultrarromântico
não via aquém do maniqueísmo francês
que em prepotência sem precedentes
foi ainda prostituído
após quatro séculos de abuso

Escapismo social faz-te alheia a ti
enxerga-te aos avessos
és incompreensível frente as dores
toda a sujeira que te renega
cospe-a devolta
Nega o pilar que te constrói

És influenciável
não agente passivo
Escarras a boca que te beija sem propósito
Tu és o todo, animal social!
A moral que a prende é interna
Não há chave mitica que a livre dessas correntes
Aprisiona o próximo
Dais continuidade ao decurso natural das coisas

Aceita tua pena,
cura tua chaga,
acende teu cigarro.

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